quarta-feira, 12 de março de 2014

O medo do botox

Muitas pessoas têm medo de fazer “botox” porque não querem ficar sem expressão, com o rosto “congelado” ou com sobrancelhas “lá em cima”.

Na verdade a toxina botulínica relaxa os músculos de uma forma delicada e natural e é por isso que o procedimento é o nº 1 na escolha dos tratamentos. Ela é usada para deixar o rosto livre de marcas de expressão e só deve ser aplicada por um médico dermatologista ou cirurgião plástico. Dentistas podem usar a substância no tratamento do bruxismo.

Botox é o nome de uma das marcas da toxina botulínica tipo A. Há outros medicamentos com a mesma substância, como por exemplo o Dysport e o Prosigne.

Bem mais raro, há também o medo pela associação da toxina botulínica com o botulismo, doença causada pela bactéria Clostridium botulinum, que serviu como matéria prima para o desenvolvimento da toxina botulínica. Esse medo não tem fundamento, já que não é aplicada a bactéria, mas um sorotipo, e em dosagem muito pequena e incapaz de desencadear as reações do envenenamento alimentar do botulismo. Em termos de proporção, é como comparar uma doença com sua vacina.

A toxina botulínica é um complexo proteico que, quando aplicado em pequenas doses, bloqueia a liberação de acetilcolina (neurotransmissor responsável por levar as mensagens elétricas do cérebro aos músculos) e, como resultado, o músculo não recebe a mensagem para contrair.

Como, em cada movimento, há dois músculos exercendo tensão em sentido oposto, aplicamos a toxina em um deles e, dessa forma, a tensão do outro se acentua. Por exemplo: na sobrancelha há o nervo elevador – que a levanta - e o depressor, que a puxa para baixo. Quando diminuímos a capacidade de contração dessa musculatura depressora, a pessoa fica com a sobrancelha levemente levantada. Levemente. Olhos esbugalhados não são efeito da toxina botulínica. São efeito de má técnica na aplicação.

O fabricante recomenda que a toxina botulínica seja aplicada a cada quatro meses. Eu prefiro dar espaço de tempo maior, para que o músculo paralisado volte a funcionar e não perca sua função – mantendo, dessa forma, sua estrutura física. Dessa forma, o período de um ano é mais indicado para uma reaplicação.

Além de seguro, o procedimento não é doloroso. Usamos pequenas agulhas, mas aplicamos, antes, uma pomada anestésica. Dessa forma, é tranquilamente suportado pelos pacientes – e os resultados são considerados por eles sempre muito satisfatórios.

Há algum risco? Como em tudo, há o risco da má técnica na aplicação – que pode ser evitado. Para isso, procure um médico habilitado e, antes da aplicação, peça para ver o produto que será aplicado.

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