domingo, 2 de fevereiro de 2014

Preenchimento

Tudo o que você sempre quis saber sobre preenchimento e nunca teve para quem perguntar

Dra. Grace Caldas orienta pacientes sobre tratamentos.
Em que consiste a técnica chamada de preenchimento?

Consiste em preencher áreas da pele que estejam com depressão, por exemplo: cicatrizes, sulcos – como rugas em torno da boca, dos olhos – , locais que perderam gordura, inclusive por tratamento
quimioterápico, buraquinhos de celulite, degrau da olheira, para refazer o contorno do rosto e até mesmo para reconstrução do ângulo da mandíbula após cirurgia plástica de face.



Qual a idade ideal para se fazer?
A questão aí não é a idade, mas do tipo e grau do dano que a pele tem e do quanto isso incomoda a pessoa.

Quem define a necessidade do tratamento?
O paciente sabe o que o incomoda, mas o médico tem que assumir sua responsabilidade de orientador. Ele não pode, por exemplo, fazer coisas que deformam a pessoa, mesmo que ela queira. Há critérios de harmonia, de beleza, que devem ser respeitados.
Há pacientes, por exemplo, que não têm indicação de determinado procedimento, mas querem fazê-lo. A função do médico é investigar esse paciente, pois sua vontade pode até mesmo ser um sintoma de que algo não está bem com ele. Cabe ao médico observá-lo e, inclusive, encaminhá-lo para uma terapia ou um psiquiatra, em alguns casos. Porque a auto-imagem está muito associada ao estado emocional da pessoa.
O dermatologista não é um esteticista, é um médico. Ele não está ali para realizar procedimentos, mas para contribuir para a conquista do bem estar do paciente em todos os níveis. Desta forma, na maioria das vezes, no consultório, recebemos pacientes que alcançarão esse bem estar com um procedimento como o preenchimento. Mas não podemos ignorar que há casos em que o paciente, na verdade, está emitindo um pedido de socorro, sem que nem ele mesmo saiba.

O preenchimento substitui o lifting?
Ele adia a indicação de cirurgia plástica de rejuvenescimento da face. E oferece bons resultados para aqueles que não querem ou não podem fazer um lifting, inclusive repondo volume em áreas específicas que darão sustentação à pele. Mas, mesmo em caso de cirurgia plástica, o preenchimento é indicado como tratamento complementar, corrigindo alguns pontos, disfarçando as cicatrizes.

Com que produto é feito o preenchimento?
Há diversas possibilidades. Atualmente, o mais indicado é o ácido hialurônico puro. Trata-se de uma substância que está presente em nosso organismo. Na pele, temos ácido hialurônico na parte superficial e profunda. No envelhecimento, o da pele superficial diminui. É esse que repomos no preenchimento.
Ele está disponível em diversos níveis de viscosidade – e cada um desses níveis tem uma indicação diferente.  Por exemplo, os mais “finos” são usados para pequenas rugas em volta dos olhos enquanto os mais “grossos” são usados para repor uma área que perdeu volume.
Há outros produtos que podem ser utilizados, mas o ácido hialurônico, sem dúvida, é hoje o que oferece as melhores possibilidades.

Quanto tempo dura o efeito do preenchimento?
O efeito do preenchimento com ácido hialurônico dura entre 12 a 18 meses.  No entanto, ele tem efeito residual, ou seja: em aplicações posteriores, a situação da pele estará melhor e deverá exigir menos produto para preencher a mesma área. Além disso, o efeito hidratante dele permanece. Porque o ácido hialurônico é um excelente hidratante, tanto que o usamos também para uso tópico, na composição de cremes para aplicação sobre a pele.

Há contraindicações para o preenchimento?
Sim. Ele não deve ser feito por pessoas que estejam em tratamento com anticoagulante nem por pessoas com doenças autoimunes ou degenerativas. Não é indicado para gestantes nem para mulheres que estejam amamentando.  Também não deve ser feito num momento em que o paciente esteja com infecção, no local (acne, por exemplo), ou sistêmica (como gripe).

O preenchimento apresenta efeitos colaterais?
Não. Como se trata de uma substância que ocorre naturalmente em nosso organismo, o ácido hialurônico não sobrecarrega rins nem fígado e seu uso em preenchimento não provoca efeitos colaterais.

Pode haver reações adversas?
Sim, mas apenas por má técnica. Mas o paciente tem como evitar isso.
 A má técnica pode decorrer do uso de bom produto em lugar ou volume errados. Como o paciente pode evitar? Se submetendo a tratamento apenas com profissionais qualificados. Os únicos profissionais habilitados a realizar preenchimento são o médico dermatologista,  membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, e o médico cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Também pode ocorrer o uso de produto ruim. Por isso, o paciente pode – e deve – ver o produto que está sendo colocado em seu corpo. Verificar rótulo e, nele, ver se há prazo de validade e registro na Anvisa.
Com essas precauções, não há reações adversas.

O procedimento dói?
Uso um produto que tem anestésico na fórmula, que minimiza a sensação desagradável.

É necessário fazer repouso?
Não. O resultado é imediato. Basta colocar uma compressa de gelo, por cinco minutos, após a aplicação, e o resultado está completo, sem marcas, sem manchas e sem inchaço.

Quanto ao preço, é um procedimento caro?
Não é um procedimento que possa ser chamado de barato – porque o produto não é barato.
Uma ampola de ácido hialurônico puro, com 1 ml, custa, hoje, em torno de R$ 800,00. O preço final do procedimento deverá incluir todas as ampolas utilizadas (lembrando que, para cada tipo de depressão a ser preenchida será uma ampola com viscosidade diferente) e a mão de obra do médico que irá realizar o trabalho.

Quais os cuidados deverão ser tomados após a aplicação?
Os mesmos que devem ser tomados sempre: manter a pele limpa, hidratada e protegida do sol.

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